segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Uma curta conversa utópica

Mensagem de uma garota para o melhor amigo: "Cá estou eu, escrevendo com meu lápis da sorte no verso de uma folha antiga de caderno escolar. O fim de mais um ano chegou junto com dezenas de promessas e pedidos vazios. Me surpreende saber que a cada ano os seres humanos se tornem tão banais e mesquinhos. Eu juro que esperava mais. Juro que ainda tinha esperança de que essa sociedade exalando futilidade se ligasse. Juro que ainda tinha esperança de que aquele idiota levantasse a bunda daquela cadeira e fosse ajudar a mãe a pôr o lixo pra fora, de que aquela garota parasse de chorar por aquele babaca e fosse ajudar o irmão pequeno com o dever de casa. Juro que ainda tinha esperança de que aquele estulto parasse de fingir que está dormindo enquanto um idoso procura um lugar para sentar no transporte público, de que em vez do idiota fazer a piada patética do "Pavê ou pacomê?", ele estivesse nas ruas dando ao menos arroz com ovo para quem precisa. Juro que ainda tinha esperança que ninguém sofresse preconceito, que todos tivessem a mesma educação, a mesma saúde e o mundo fosse um só. Imagina que louco?"
Resposta do melhor amigo: "Ficou maluca? Nem nos contos de fadas mais distantes. Quanta ousadia!"

Beijos de sorvete.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Fim do dia





   Um dia desses, pensando na vida, eu vi um idoso se aproximar e passar por mim como uma folha amarelada. Devagar, parecia que conduzida pelo vento, cansada e desgastada por tudo que já viveu e viu. Apesar das limitações, o velhinho andava com certa firmeza nos pés e determinação. Em seus olhos a vida ainda pulsava como na época da escola. Um sorriso singelo brotou de meus lábios. Diferente de que muitos pensavam, eu tenho certeza, aquelo idoso possuía mais vida e alegria que muitos adolescentes que eu conheço.
   No entanto, a realidade não pode ser alterada. Aquele senhor está em seus últimos anos. Mesmo com um sorriso no rosto ou esperança no olhar, o destino reservado à ele, à todos nós, está mais próximo agora pra ele. Não seria por isso? Por isso que ele possui um ar mais jovem. Talvez agora ele perceba todas coisas ao seu redor que antes o trabalho ou qualquer outra coisa o impediam de levantar o rosto e sorrir um pouco com a vida.
   Agora entendo aquele ditado: "Faça seu melhor hoje porque pode ser seu último dia". Ele na verdade fala para aproveitarmos todos os dias porque o tempo -- dias, meses, anos -- passam, de fato, como um dia... 30 anos para aquele senhor, agora é um filme de lembranças que passa por sua cabeça. Lembro-me como se fosse ontem. E o que será que ele lembra? Nossas melhores lembranças são compostas por todos os momentos felizes que passamos. Espero que ele tenha vivido muitas alegrias... Surpresas... Emoções. É isso que faz nosso pequeno filme valer a pena em ser visto, não é?
    O que vivemos agora é parte desse dia longo e muito curto ao mesmo tempo. Cheio de controversas e incertezas, risos e tristezas, onde cabe a nós fazer o melhor e aproveitar esse fantástico dia como se fosse o último, pois ele é mesmo.
     Enquanto àquele senhor... Bem, aquele senhor sou eu, é você... Sou eu me vendo em um tempo, ou em um dia que nem eu conheço. Sou eu no futuro e eu no passado. O tempo aqui já não é mais como pensávamos, só uma eterna paz de dias e mais dias infinitos. Uma coisa que você só vai entender no final dessas 24 horas.

Por: Juliene Lobato da Silva

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

LIVRO: Destino, de Ally Condie




   Ultimamente muitos livros que falam sobre sociedades futurísticas têm ganhado destaque. Neles, normalmente, fala-se em como, após uma grande guerra ou crise, a sociedade se ergue novamente baseada em um novo sistema que parece ser perfeito e dar as pessoas uma vida que elas precisam levar. Mas, tudo tem sua consequência, claro, e no decorrer da história percebemos todos os erros desse sistema e de como ele aprisiona e oprime todos ao redor.
   DESTINO (o primeiro livro de uma trilogia) não é muito diferente disso, no entanto, possui uma diferença que me chamou bastante atenção. Ele possui detalhes que esta leitora ainda não tinha visto. Detalhes importantes e curiosos de como seria uma sociedade futura que conseguia comandar todos, sem que eles nem pestanejem. O livro mostra como o sistema consegue manipular as pessoas lhes dando um mundo que realmente parece perfeito. Todos são parecidos e tem vidas iguais. Nem mais nem menos daqueles que moram ao seu redor.
   O mundo todo, com sua história e sua música, foi resumido aos "Cem". As Cem Músicas, Os Cem Poemas, As Cem Lições de História... Excluindo de todos qualquer ideia ou demonstração de revolução. Perderam inclusive o poder de escrita. Tudo que conseguem é digitar em máquinas, dígitos esses que são monitorados constantemente.
   A Sociedade controla todos, como devem se vestir, o que comer, o que pensar e até quando morrer. E todos se sentem felizes assim.
   No meio de tudo isso encontra-se Cassia, uma menina de 17 anos que acabou de saber quem será o seu Par para a vida toda e que linda surpresa quando o escolhido pela Sociedade é Xander, seu melhor amigo. No entanto, quando o rosto de Xander aparece na tela e rapidamente desaparece para dar a lugar à Ky, Cassia simplesmente não sabe o que fazer. Seria um erro no sistema? Mas ele nunca erra. Ou será que erra? Após isso ocorrer Cassia passa a enxergar a Sociedade de uma maneira diferente. Passa a querer ter escolhas, ter perguntas... Quer poder criar algo.
   Seu coração está confuso entre seu melhor amigo e o misterioso colega que lhe faz sentir diferente a todo momento. Mas, a questão não é só o romance e sim quem ela é de verdade: Cassia ou alguma espécie de experimento criado pela Sociedade para satisfazer a sua vontade?

Resenha por: Juliene Lobato da Silva.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Olá galerinha do blog!!!! Tudo bem com vocês? Não? Por que? O gato terminou? Puf! Vai comprar uma roupa, faz uma make e vai arrasar! Desde quando garotos devem abalar sua auto-estima? Pode parar.
Falando sério, o blog andou um pouco em abstinência de post porque eu e Juliene estávamos nos últimos dias de colégio (aplausos) e, com isso, vieram provas e um projeto e a gente tava meio sem tempo. Mas, porém, entretanto, todavia, estamos nos organizando pra o blog não ficar mais sem post (aplausos 2).
E pra estrear a volta do blog, dá uma olhadinha no texto que escrevi. Não sou um Bucowski da vida, mas acho que valeu a tentativa.

"Vocês têm medo da morte? Medo da morte ou medo de não ter nada depois dela? Agora me pego pensando: e se eu não acordar amanhã? Meus pais chegam em casa por volta das 09:00 e eu sempre estou acordada quando eles chegam. E se eles chegarem e eu ainda estiver dormindo? Dormindo em um sono que nunca acordarei. Minha mãe se dirigiria e tentaria me acordar com muito carinho, como sempre. Tentativas e mais tentativas frustradas. Ela, nervosa, chamaria meu pai. Ele viria e tentaria me acordar, talvez sentiria minha pulsação e veria que não havia mais nada, nem um batimento sequer. Tentariam me levar para um hospital, mas não adiantaria nada. Eu estaria morta. Papai com certeza iria entrar em estado de choque. Ele é todo durão por fora, mas por dentro não passa de um garoto querendo colo. Mas afinal, qual pai não ficaria louco ao saber que havia perdido sua bonequinha pra sempre? Mamãe não conseguiria desvencilhar-se do meu corpo. Choraria absurdamente. Uma mulher estremamente forte e guerreira que acabaria de achar seu ponto fraco. Meu irmão tentaria consolá-la, mesmo precisando de alguém consolá-lo. Meus tios e meus primos ficariam atônitos: "Como isso pode acontecer? Deve ser um engano" Mas a verdade é que ninguém está livre da morte. Meus melhores amigos chorariam. Todas as lembranças reunidas. Dias passariam. Pessoas tão diferentes se uniriam por um propósito: meu enterro. O pastor tentaria confortar a todos com sábias palavras: "Ela está em um lugar muito melhor, com o nosso Deus." Depois todos iriam para suas casas e talvez ficassem com um vazio. Ou seja, até a morte é algo egoísta. Não podemos nem morrer sem  fazer alguém sofrer. Portanto, pare de fazer aquela pessoa que te ama sofrer, ela sofrerá o suficiente com sua morte."

Tocante, né?
Beijos de sorvete.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Um soldado






"Querida mãe,
    não sei se algum dia esta carta chegará às tuas mãos, mas, se porventura chegar, queria que soubesse, acima de tudo, que eu a amo. Sei que há tempos não lhe digo isso e que o amor, aquele verdadeiro e sentido em todo seu esplendor, não é mais sentido com tanta frequência. Mesmo entre pais e filhos. Entretanto, eu a amo. A amo de todas as maneiras que meu ser é capaz,
    Depois de meses neste lugar -- que não posso dizer onde fica --, penso cada vez mais em você. Nos dias em que passamos juntos, nas vezes que tive medo e você segurou minha mãos...
    Estou com medo agora, mãe. Estou com muito medo e não tenho você para me acalmar.
     Entrei nesta guerra por ideais e valores que já não sei se me pertencem de verdade. Não acredito mais na veracidade dessa ideologia que me faz matar pessoas que não concordam com ela. Se algum dia eu, que pertenço à nossa pátria de corpo e alma a ponto de arriscar minha vida por ela, deixar de pensar como "os grandes", me tornarei inimigo também? Já não sei.
    Todos os dias vejo pessoas morrendo. Sei que isso é esperado em uma guerra, mas a realidade é muito, muito pior. Já não suporto mais. Ontem, vi um companheiro à beira da morte, tentei ajudá-lo, mas sua vida já se ia do corpo. A única coisa que conseguia dizer era que eu deveria achar sua filha e dizer que ele sentia saudades. Por fim, fechou os olhos e se foi. Mãe, ele fora fuzilado e mutilado.
     E eu nem sei como cumprir seu pedido. Nem sequer sei seu nome. Tive que deixar seu corpo, ali no meio da frente de ataque, pois já havia ficado muito tempo ali e era perigoso demais. Então, resolvi escrever-lhe, por ele e por mim. Se mais uma família souber a saudade que os que estão aqui sentem, talvez a alma daquele homem descanse um pouco mais em paz.
     Mamãe -- nossa! Não lhe chamo assim desde criança. Por quê? Por que deixei tanto de demonstrar meu afeto por você? Agora estou me martirizando pelas vezes que pude lhe abraçar, mas não o fiz --, como eu queria te abraçar agora!
     Sentir aquele seu cheiro de panquecas frescas e poder comer aquele taco que só você sabe fazer...
     Talvez quando minhas autoridade lerem este texto, o impeçam de chegar no destinatário, mas  ainda assim estarei feliz. Posso me iludir que você conhece essas palavras e que chorou ao lê-las, sussurrando baixinho que me ama também. Estarei mais confortável pensando assim.
     Caso eu morra, você pelo menos saberá o quanto lhe amei, que meu último pensamento foi "mãe". No entanto, se algum dia nos reencontrarmos lhe abraçarei por mais de meia hora -- agora eu sei como eu sinto falta do seu abraço --, isso é uma promessa. Por favor, cobre-me.


                                                                                            Com amor,
                                                                                                           Michael.
PS: Se sentir minha falta, à noite olhe para lua --  lembra quando eu pensei que ela era feita de queijo? -- eu estarei olhando para ela também.Sonhando com o dia que ela reflita seu rosto.



Por: Juliene Lobato da Silva

domingo, 26 de outubro de 2014


Por quê insistimos em coisas que não devem acontecer? A gente insiste em tentar ficar com quem nos ignora. Insiste em pensar em quem nem lembra mais de quem somos. Insiste em pedir ponto para o professor. Insiste em comer chocolate na dieta. Insiste em fazer dieta. Insiste em ouvir a música preferida do ex. Insiste em voltar com o ex. Insiste em não perdoar. Insiste em perdoar. Insiste em não estudar. Insiste em deixar o celular carregando mesmo depois dele avisar que a bateria está totalmente carregada. Insiste em pedir dinheiro para os pais. Insiste em beber. Insiste em fumar. Insiste em comer manga com febre. Insiste em não apagar músicas antigas do celular. Insiste em dormir no culto da igreja. Insiste em acordar tarde. Insiste em dormir tarde. Insiste até em conservar adesivos que nunca serão usados. Mas porquê? Por quê tanta insistência? Uns dizem que insistir é característica do povo brasileiro desde sempre, outros dizem que é só falta de vergonha na cara mesmo. Vai ver seja uma junção dos dois argumentos. A falta de vergonha na cara deve ser a característica que acompanha os brasileiros desde sempre.


Quero só ver essa eleição.
Beijos de sorvete.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

UMA FUTURA AMIGA (ou não)


    Hi, hey, hello. Diversas são as formas de dizer um simples "oi". (Todas que eu escrevi começam com "h". Que louco, né? Deve ser um presságio.)
Juro que pretendia começar uma apresentação normal, mas acho que não deu muito certo (rsrs). Meu nome? Pra quê falar? Eu queria que meu nome fosse Melissa, mas meus pais tinham outros planos. (Fazer o quê, né?) Enfim, eu e Ju estudamos na mesma sala e no segundo semestre descobrimos alguns assuntos em comum. Daí ela me disse que tinha um blog junto com uma amiga:
"~Le eu e ela conversando~
Eu: Oi, tudo bom?
Ela: Eu tenho um blog.
Eu: Jura? Que máximo! E como você tá?
Ela: Ele é muito legal
Eu: Ah, fico feliz. Sabe os professores de hoje?
Ela: Mas ele é muito legal mesmo."
    Tá, talvez tenha exagerado um pouco (muito). Mas resumindo, ela ficou sabendo que eu (tentava) escrevia uns textos e perguntou se eu queria ser colaboradora no blog. Por dentro eu meio que fiquei: "Aaah meu Deus. Como assim? Tá falando sério??? Meus textos são patéticos, mas isso seria demais!!!". Mas eu disse: "Ah, nem sei. Tenho que pensar u.u". Brincadeirinha!
    Enfim, gente. Estou extremamente agradecida pela Ju ter me convidado, e realmente espero que eu possa satisfazer a todos que conhecem esse mundinho das meninas.


Beijos de sorvete.